28 fevereiro 2007

Carnaval parte 2


O Carnaval no Rio não é feito para os moradores da cidade. Talvez por isso quem mora aqui passe o Carnaval fora. Ou talvez porque os moradores viajam, o Carnaval seja feito para os turistas (Tostines vende mais porque está sempre fresquinho, ou está sempre fresquinho porque vende mais?). Deixa pra lá.

Fato é que se você sai pelas ruas da Zona Sul durante o Carnaval, quase não encontra brasileiros e os que estão por lá não são cariocas. Digo Zona Sul porque a Zona Norte é completamente desconhecida dos turistas e nem parece Carnaval por lá.

Se você é carioca, não viajou e resolveu passear pela Zona Sul nessa época, percebe a diferença. Tudo fica mais caro (água de coco a R$ 2,50!), as ruas ficam infestadas de camelôs vendendo bobagens carnavalescas e artesanatos por preços de ocasião. Preços de ocasião, nesse caso, são aqueles que variam conforme a nacionalidade do comprador: brasileiro paga 5 reais, americano paga 5 dólares e europeu 5 euros.

Além de tudo isso, na praia se multiplicam os escultores que fazem suas criações com areia molhada. Sabe castelo de areia que criança adora fazer? Pois é, os caras aprimoraram a idéia e fazem esculturas até muito legais com areia molhada, mas na beira do calçadão, para que os turistas parem pra apreciar e coloquem umas notinhas (melhor se não forem de Real) na caixinha. Esse ano meu marido, empolgado com o novo celular com câmera, parou pra fotografar uma dessas, minha sogra do lado. O escultor logo se aproximou, todo simpático, explicando que havia colocado um tronco de madeira bem em frente à obra pra que meu marido colocasse a "senhora", minha sogra, sentada ali, com a escultura ao fundo, para fotografar. Pura simpatia? Claro que não. Depois da foto viria o pedido de uma contribução para ajudar a manter o trabalho (isso já estava escrito na placa sobre a caixinha). Mas dessa vez o cara se deu mal. Meu marido logo respondeu: "não sou turista não, cara, sou do Rio mesmo". O escultor? Se afastou sem dizer mais uma palavra.

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  • 23 fevereiro 2007

    Carnaval parte 1

    No Carnaval acontecem coisas engraçadas.

    Não tô falando dos desfiles das escolas de samba (só pra lembrar, moro no Rio), nem dos bailes. Claro que a cobertura do Gala Gay pela Rede TV também é engraçada, mas não é disso que estou falando.
    Vou contar o que aconteceu de engraçado no "meu" Carnaval.
    Pra começar, a cantada que levei. Na 3ª feira fui levar meus cachorros pra "desfilarem" as fantasias de palhacinhos em Ipanema. Pretendia ver a Banda de Ipanema, mas cheguei tarde. Andei com eles pela orla e meu ego de mãe coruja foi a todo tempo massageado pelos elogios que receberam: "que gracinhas!", "que fofos!", "que lindos!". Já no final do passeio, caminhávamos em direção à Lagoa pra pegar o carro quando fui abordada por um folião típico. Digo que era típico porque vestia apenas bermuda, tinha um colar de havaiana no pescoço e uma latinha de Skol na mão. Iniciou a cantada pelo modo mais óbvio: brincando com os cachorros. Aí puxou papo com a dona dos cachorros, perguntando se um deles era bichon (frisé). Até aí tudo bem, essa confusão sempre acontece porque ele não teve a cauda cortada e o pelo não é tosado baixinho. Eu respondi, com a calma de quem já respondeu a essa pergunta umas 500 vezes: "não, é poodle". Ele, depois de ter levado um tapa na auto-confiança aumentada pelo álcool, comentou o que todo mundo comenta: "mas ele tem cauda, blá blá blá". Abalado, porém não derrotado, continuou a investida: "como é que pode? Trabalho num pet shop e não sei distinguir um poodle de um bichon. Tinha que saber!" Por educação perguntei: "você trabalha num pet shop?". Animado, ele deu a localização da loja, em Copacabana. Até já conheci bem aquele bairro quando trabalhei lá, mas agora só lembro dos nomes das ruas principais e olhe lá! Logo, a minha resposta foi a única possível: "ah tá". Duro na queda, ele continuou: "mas a minha paixão mesmo é schnauzer". Vocês são inteligentes e já devem ter deduzido que meu outro cachorro é um schnauzer. Nessa hora, então, ele recebeu o derradeiro "balde de água fria". Meu marido e minha sogra, que caminhavam mais lentamente, chegaram à esquina em que eu havia parado para espera-los. Virei pra eles e perguntei se preferiam seguir em frente ou continuar por uma rua secundária. Só então o folião galanteador se deu conta de que não estava dando em cima de uma mulher desacompanhada (ou acompanhada apenas por cães). Confesso que senti uma pontinha de pena no momento em que ele deu um "tchau" rápido e sem graça, e foi atrás dos amigos.
    Depois conto mais.


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  • 22 fevereiro 2007

    Calor

    "Eu voltei, agora pra ficar,
    Porque aqui, aqui é meu lugar"

    Soube que estavam sentindo minha falta e voltei hehe Brincadeira.

    Se querem saber o motivo do meu sumiço, vou contar. Está quente demais pra escrever! Gente, que calor é esse?! Eu gosto de verão, calor e tal, mas assim já é exagero. Deviam comercializar trajes tipo os dos astronautas, com ar refrigerado portátil. Facilitaria a vida da gente.

    Fora morrer de calor e trabalhar, tenho feito algumas coisinhas por aí. Fiz um curso de atualização profissional e também um de agility, com uma alemã campeã mundial, que veio passar o Carnaval no Rio. Fui ver no cinema A Grande Família e Rocky Balboa. Muito bons os dois filmes. Ressuscitei minha bicicleta e já fui pedalar em dois finais de semana. Ensinei meu schnauzer a andar na cestinha da bicicleta, o poodle já sabe e adora! No Carnaval fui à piscina com meu marido, que está morrendo de inveja do meu brozeado. Ele é branquelo, por isso fica vermelho quando queima, descasca e fica branco de novo. Até já começou a descascar.

    Por hoje é só. Vou sentar sob o ventilador de teto e assistir à novela das 8.

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  • 13 fevereiro 2007

    Academia de ginástica II

    Mais uma da série sobre o que rola na academia em que estou malhando agora.

    Como disse antes, há anos passo "temporadas" malhando, mas depois abandono. Desta vez resolvi experimentar uma coisa diferente: freqüentar a academia pela manhã. Descobri um universo inteiramente novo!

    Aqueles e aquelas que equiparam academias a templos religiosos que me perdoem, mas o pessoal que malha à noite só está interessado em duas coisas: enquadrar o próprio corpo nos padrões de beleza atualmente difundidos pela mídia e fazer a "social". Ninguém ali está ligando pra qualidade de vida. A preocupação geral é deixar a musculatura bem definida e arrumar uma balada pra ir. Se você está acima do peso e nunca chamou ninguém pra uma boa balada, será eternamente ignorado, mesmo que as pessoas te encontrem todas as noites durante meses.

    Pela manhã o público é completamente diferente, a começar pela faixa etária. Você até vê pessoas com menos de 25 anos, mas elas são minoria. A maior parte dos freqüentadores na verdade está acima dos 50 anos, mas é uma turma animada, porque nenhum coroa de mal com a vida tem ânimo pra se matricular na academia. O "clima" é leve e descontraído já que as pessoas estão malhando pra ter saúde, não com a responsabilidade de se enquadrar dentro de um padrão de beleza. Os coroas de bem com a vida são simpáticos e te cumprimentam, puxam papo. Com dois dias na turma de hidro fui convidade pra participar do almoço pra comemorar o aniversário do professor!

    Quem sabe agora eu emplaco!

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