10 novembro 2006

Liberdade



Não paro de me surpreender com a liberdade que a Internet dá às pessoas. Quem já nasceu nesse mundo de bits e bites talvez nem repare nesse tipo de coisa, mas eu nasci num mundo em que para se comunicar era preciso telefonar ou mandar cartas! Sim, cartas!

Eu sempre gostei de conhecer gente e outras realidades, por isso quando era garota me inscrevi num sistema de pen pals. Você dizia com que tipo de pessoa queria se corresponder e o serviço te fornecia o endereço (postal, não eletrônico) de um outro membro que atendesse aos critérios. Aí você mandava uma carta e passavam a se corresponder.

Nesse mundo do qual estou falando, só tinha o direito de escrever, expor publicamente suas idéias, gente devidamente credenciada, jornalistas, escritores. O ser humano comum, como eu e você, tinha que expor idéias apenas para os amigos e no máximo acalentar planos de no futuro escrever um livro e conseguir publica-lo.

Então veio a Internet e mudou completamente a ordem das coisas. Qualquer pessoa poderia fazer um site, hospedado gratuitamente no Geocities, e escrever o que tivesse vontade. As ferramentas dessa democratização das idéias foram sendo aperfeiçoadas e chegamos aqui, aos blogs.

Expor o descontentamento ou a concordância com as idéias dos outros também era difícil e trabalhoso. Se você lesse um artigo ou coluna, em jornal ou revista, e tivesse vontade de dizer algo à pessoa que havia escrito aquilo, era preciso obter o endereço da instituição (editora ou jornal), escrever uma carta em papel, colocar no envelope e levar ao correio. E o processo em geral terminava aí, porque dificilmente haveria feedback do que você havia escrito. Então surgiram os e-mails e ficou fácil comunicar-se diretamente com a cabeça pensante desejada.

Esta semana li na Revista Info a coluna do jornalista Dagomir Marquezi, que me chamou a atenção por tratar de assunto que interessa a mim e certamente a você que está aqui: o vívio de blogar. O jornalista fornecia o endereço do blog pessoal e fui lá dar uma conferida. Resolvi comentar no post A Arte de Bloggar - 2, audaciosamente discordando, em parte, do ponto de vista exposto pelo autor. Confesso que fiquei com receio de aborrece-lo, mas, para minha total surpresa, quando acessei o Bloglines e fui ler a última atualização, ele havia mencionado meu comentário no novo post e de modo muito gentil e respeitoso. Eu, pobre mortal, advogada, não escritora ou filósofa, fiz contato com um jornalista e ainda o fiz pensar sobre meu ponto de vista! Pode não parecer grande coisa para você, leitor com menos de 30 anos, mas os mais velhos entenderão a maravilha do que aconteceu. Antes da liberdade oferecida pela Internet, o colunista de uma revista era um ser totalmente inatingível, que agora está ao alcance de uns cliques!

Viva a Internet!

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4 Comments:

Blogger katilaine said...

A internet nos dá a liberdade de conhecer as idéias de outros mesmo que não nos conheçamos.
Legal seu post.

10/11/06 14:16  
Anonymous Anônimo said...

acho essa liberdade de expressão fantástica - quando bem usada!

acredita que tem um colega meu, que não vejo há 10 anos, que me reencontrou por causa do blog? e que, inclusive, ele me trata como celebridade, diz que conversa comigo pelo msn como se estivesse conversando com ex-BBB!

ha!

10/11/06 18:33  
Blogger Pedro Dantas said...

teu link tbm ta no meu blog!
flwss

www.belezaexterior.blogspot.com

10/11/06 20:41  
Blogger mel said...

Eu também acharia bonito isso que te aconteceu, do jornalista pensar sobre sua opinião, se fosse comigO!

Não peguei a época das cartas... Mas minha mãe tinha um montão de cartões-postais e eu revirava todos, achava o máximo! Sempre quis fazer isso, mas hoje em dia nem rola mais, então deixei pra lá!
Beijo procê!

10/11/06 23:03  

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