07 maio 2007

Diferencial



A formação profissional e a originalidade na oferta de serviços/produtos são determinantes no sucesso de qualquer negócio.

Acredito que as outras grandes cidades do país, assim como o Rio de Janeiro, estejam familiarizadas com aqueles ambulantes que entram nos ônibus oferecendo doces, balas, chocolates, tabuadas, livros de receitas, agulhas, etc. Normalmente, no meu trajeto casa/trabalho/casa, que não dura mais de 45 minutos, entram 4 ou 5 vendedores. Eu nunca compro nada, assim como a maioria dos passageiros.

Hoje entrou no ônibus um músico com um saxofone. Sim, um músico, não um ambulante. Eu, que adoro música, logo tirei os fones do MP3 dos ouvidos e pensei "se esse cara tocar direitinho, darei um trocado". Assim como eu, a maioria dos passageiros prestou atenção nele, o que não acontece com os vendedores. Apenas duas peruas continuaram tagarelando enquanto ele apresentava as músicas e seus autores, e tocava. E o cara tocava bem! Tocou sucessos populares, do tipo Raça Negra, tocou MPB, músicas internacionais de diferentes épocas e até Bach! Ainda permitiu que os passageiros fizessem pedidos (eu pedi New York, New York, do Sinatra).

A platéia, de tão satisfeita com a interrupção ("desculpe incomodar o silêncio da sua viagem..." já ouviram isso?) inusitada e cultural, não esperou nem o final da apresentação para contribuir com o artista. Um passageiro que logo iria descer, chamou o rapaz no fundo do ônibus para dar um trocado, e foi imitado praticamente por TODOS os passageiros. Quando chegou a vez do saxofonista pegar os R$ 2 que resolvi dar, já estava com a mão carregada de cédulas e moedas. Até nota de R$ 10 ele tinha. Diria que 10% dos passageiros costumam comprar com os ambulantes produtos que custam apenas R$ 1, mas estimo que 90% dos passageiros tenha dado algum valor ao músico, e a maioria mais do que R$ 1.

Ao final, quando eu já estava quase em casa, o público aplaudiu e duas moças pediram o telefone para shows.

Viram como a formação profissional e a criatividade na oferta do serviço fizeram diferença no negócio?


2 Comments:

Blogger Carlinha Salgueiro said...

Pois é, faz a diferença sim.
Imagino que ele se deu melhor na grana desta forma, do que se fosse como os mal reconhecidos músicos de bandas de orquestras para bailes quaisquer.
Mas, quando você ía contando a história, falando dos ambulantes pensei que ía chegar no caro que era camelô de doces no RJ, foi com criatividade separando os itens de sua barraca por categorias: diet, salgados, doces e etc. e, hoje dá palestras sobre como inovar e se dar bem nos negócios.
Beijocas!

8/5/07 20:05  
Blogger Helson Alves said...

FFFFFFFFFFFFFFFFOOOOOOOOOOOOOGGGGGGGGGGGGGOOOOOOOOOOOO!!!! FORA MENGUINHO!!!!!!

10/5/07 23:46  

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